Por Sandra Braconnot (*)
Pois é.... Muita coisa mudou desde que acusaram Eva de ter
dado a fruta proibida a Adão. Como se sabe, Eva tentou até resistir, mas a
astuta serpente conseguiu convencer a mulher, dizendo que àquela fruta era
apetitosa, não engordava e ainda a deixaria mais esperta. Eva não aguentou:
mordeu a fruta e deu para Adão (a maçã).
Quando o Senhor perguntou o que ela havia feito, Eva assumiu
ter comido do fruto proibido. O homem,
entretanto, responsabilizou a esposa dizendo:
“Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi" – delatando Eva e acusando Deus, nas entrelinhas, de ter feito um produto sem qualidade. E assim, Eva e todas nós mulheres passamos a ser vistas como um objeto de consumo e serventia. Viramos mulheres de Atenas.
“Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi" – delatando Eva e acusando Deus, nas entrelinhas, de ter feito um produto sem qualidade. E assim, Eva e todas nós mulheres passamos a ser vistas como um objeto de consumo e serventia. Viramos mulheres de Atenas.
Como o Chico contou – ou cantou – àquelas pobres (mesmo
quando ricas) mulheres gregas não tinham nada além de medo: nem qualidades,
gostos, vontades ou sonhos. Apenas viviam para os seus maridos, o orgulho e
raça de Atenas e do resto do mundo.
Depois, viramos Amélia, mas continuamos sendo mulheres de
Atenas, “mulheres de verdade”: submissas, sem vaidade, fazendo todo dia tudo
sempre igual, acordando às seis horas da manhã, lavando roupa na quebrada da
soleira mesmo quando chovia (que agonia!), cuidando da casa, dos filhos e, sem
poder vacilar, tínhamos que esperar nosso “dono” no portão, às seis horas da
noite, e beijá-lo com a boca de paixão. Que vidão!
Mas... um belo dia resolvemos mudar e fazer tudo o que
queríamos, nos libertamos da vida vulgar e começamos a sentir prazer no ar que
respiramos e, orgulho de sermos Mulheres. Entendemos que todas mulheres merecem ser
amadas, merecem ser felizes. Podemos ser como Leila Diniz. Agora, podem falar o
que quiserem que nem ligamos, não estamos nem aí, damos um beijinho no ombro,
passamos batom vermelho e seguimos o nosso nariz.
Viramos a mesa, assumimos o jogo e fazemos
questão de nos cuidar. Não somos mais nem servas e nem objetos. Depois do lar,
do trabalho e dos filhos ainda vamos para night ferver. E se pegamos o canalha
no flagra, ainda damos 50 reais para ajudar a pagar a conta do motel.
Lembram da Rita? Levou o seu retrato,
seu prato, a imagem de São Francisco e ainda o disco de Noel. E não foi tudo.
Levou o sorriso do homem, arrancou-lhe o peito, matou o amor por vingança e
deixou mudo o violão – do vacilão.
E da Morena
Rosa, vocês se recordam? Aquela que tinha a rosa no cabelo, um andar prosa,
e que não foi no samba sambar, deixando todo mundo cansado de esperar (bem
feito!).
E a Luiza que esnobou o Tom
e não escutou a canção que ele fez para esquece-la.
E a Aurora? Que dispensou um lindo apartamento, com ar condicionado,
porteiro e elevador;
E o caso daquele coitado que chegou em casa e não encontrou
a Helena e passou o resto da noite chamando
e clamando: Helena Helena vem me
consolar. Mas ela não foi.
E o cara que morava lá no morro da Mangueira, que
ficou se lamentando com o coração magoado, esperando a cabrocha Odete subir. Mas ela não subiu. A noite
veio, mas Odete não chegou;
E com Emília,
você sabe o que aconteceu? Nem eu. Só sei que ela parou de fazer o café do cara
e não lavou mais a roupa dele e foi embora (ou morreu?). Ai... só depois que ele
se deu conta que precisava dela, assumindo que não podia mais ficar (sem café?)
e chorou muito a falta dela.
Dizem que um homem
não deve chorar por uma mulher, mas eu duvido que exista um que nunca tenha
desabado em lágrimas por um amor. Quando a saudade bate fazendo doer demais o
coração, trazendo o cheiro e o gosto da mulher amada, eles choram sim, e bebem
até cair, por mais safadões que sejam ou tenham sido. Quando a mulher que tanto
amam vai embora (levando a mala) os machões entram num bar pedem ao garçom umas
cervejas e enchem a cara. Tornam-se ébrios! Sim, porque um homem apaixonado,
abandonado (por aquela ingrata), quando veem o quarto vazio, sente a cama fria,
sofre, chora e fica alucinado morrendo de amor.
Ou rebolando num baile? Eles enlouquecem, passam noite inteira babando
sem poder tocar na ex.
Pois bem... o cara dá mole pra caramba, se faz de príncipe encantado
e depois volta todo arrependido... Agora, baba bobo! Sabemos que os homens não
são de ferro, mas chorar não paga imposto e nem faz mal para saúde. Podem ir
para o fundo do poço ou ficar sofrendo no meio da rua. E nem adianta dizer “papai te ama”. Vai pegar
outra onda... porque já é passado. Assim como o tempo das mulheres de Atenas
amelizadas. Agora, somos mulheres Antenadas.
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PS: Mas falando sério: quem não gostaria de ter um amor para
chamar de seu? Quando
um certo alguém desperta o sentimento, é melhor não resistir e se entregar,
porque tolice é viver a vida sem aventura. Quando você encontrar alguém que
veio para ficar, para te fazer feliz, ofereça o seu calor e seu endereço e
deixa ser pelo coração, se é loucura então melhor não ter razão.
Agora, se você já tem um amor que gostaria que estivesse
sempre com você, e está em paz com a vida e com tudo que ela te traz, se tem fé
e é otimista demais, erga suas mãos para o céu e agradeça porque emoções você
está vivendo.
(*) SandraBraconnot: Jornalista,Trainerem PNL,Consultora e Palestrante
E-mail sanfloresrj@gmail.com
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